quinta-feira, 7 de março de 2013

Pagando por Sexo

Que o autor Chester Brown é pirado, todos já sabem, mas ninguém imaginava que sua maior proeza seria escrever uma auto-biografia revelando suas experiências sexuais com prostitutas. Antes de tudo, ele sempre coloca a dúvida. "E se...?" O medo em ser enganado aparece constantemente por nunca ter um dia cisto o universo do sexo pago. A questão das prostitutas não serem presas a alguém, faz com que o autor encare isso como liberdade sexual sem satisfações e com muita convicção de liberdade. A falta de dinheiro para manter o vício é algo engraçado pelo ponto de vista do autor, assim como suas pesquisas sobre o perfil de cada profissional, e alguns casos, a decepção em ver que o perfil anunciado não era nada com o físico.

O maior "engana besta" da obra vem com o passar das páginas, quando o autor começa a questionar o amor romântico e dar mais razões para o sexo casual e libertário. Os relacionamentos do autor de fato nunca foram dos melhores, é notório com as lembranças do mesmo pelo quadrinhos. Mas relacionar-se com pessoas da qual não querem nada mais do que um momento de sexo e dinheiro, para ele, acaba sendo uma benção. Conversar após a transa dão a entender que era exatamente isso que o autor precisava, apenas uma pessoa para conversar, chegando a passar a impressão de carência, ou simplesmente uma falta de atenção.

No fim das contas, a poligamia nunca foi o forte do autor. De repente já foi, mas como os traços e textos da obra relatam, é sendo livre que se ganha mais. O amor romântico existe para vários, mas o não romântico é muito mais fácil, além de muitas vezes, mais prazeroso. Fica explicito que ele sente falta de ter alguém do lado para chamar de seu, mas durante as páginas, nota-se que na opinião dele, isso é possessivo demais. O autor, por sua vez, prefere apenas conversar do que ter.

Autor: Chester Brown
Tradutor: Marcelo Brandão Cipolla
Gênero: HQ's
Editora: WMF Martins Fontes
Nota: 5,0

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