segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ao Facebook

OK, vai, eu sei que ter uma página no Facebook é extremamente comum entre os blogs por aê, mas com essa consciência me fez pensar que, mesmo eu não tenho um blog estiloso, custa nada fazer uma página lá também.

Em breve, vou mudar algumas coisas no blog, porque essa aparência não tá ajudando muito, mas de primeira, a página tá ai pra quem quiser.

Clique aqui e curta lá. Valeu! :)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

1984

Sua vida é controlada? O quanto você reclama da sua rotina? Se incomoda com os olhares dos vizinho? Se todos parassem para pensar de como tem uma vida simples e não sabe, talvez o mundo fosse mais fácil. Na verdade, em 1984 vemos vidas que não existem. Levantar para trabalhar numa indústria o dia inteiro, é ter a certeza de não ter uma vida... isso quando se tem o conhecimento de que existem possibilidades de se viver melhor. Trabalhar, trabalhar, trabalhar e só trabalhar é uma regra imposta subliminarmente por toda sociedade, seja ela qual for e de sua cultura. Mas como todo homem, medido pela curiosidade, acaba sendo, por sua vez e vontade, teimoso. Mas por sua vez, a sua observação, como sempre, e por sempre, deixa deixa-se envolver pela paixão.A vigilância pelo regime político de forma inconveniente e pela força de imposição ao controle social é deveras assustadora quando imaginada no mundo real. Se ter câmeras de segurança em locais públicos, para alguns, já é um absurdo, imaginar uma câmera vigiando todos os seus passos em residências, local onde a privacidade é mantida como sagrada por quem habita. Ainda mais com a possibilidade de ser ouvido, pois não basta ver o que acontece, tem que ouvir as conversas, também. Se o pensamento é a única forma de escapar da vigilância, por que não escrever? A escrita, por mais vigiada que fosse, não era lida. E quando lida, algo anteriormente foi feito para chamar as autoridades. "Livre Pensamento" é o que o autor chama a discordância do regime pela consciência do cidadão. O simples fato de ter uma lâmina de barbear é muito bem retratada como algo ilegal, caso a conta de propriedades não bater com os números registrados. A engrenagem totalitária da sociedade sufoca, mesmo que na ficção.Com total domínio do Estado, onde tudo é coletivamente, mas cada qual vive sozinho, e sem chances alguma de escapatória de um poder cínico e cruel ao infinito, além, claro, do vazio no sentido histórico pessoal, social e profissional. Trabalhar é uma vontade controlada pelas suposições de funções que o Estado pode lhe oferecer. Se é saudável e forte, será ótimo nos trabalhos braçais, minimamente na construção civil. Se tiver conhecimento de leis, talvez um advogado escravizado. O importante é ter serventia no regime. Uma das frases mais marcantes do livro, talvez a mais famosa, mostra que o real interesse do regime não é nada demais: "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro". Perante ao nome de todo poder, a caçada pela liberdade é algo complexo diante de olhos inocentes e moldados para ver o que foram "treinados" para verem, nada mais do que isso.

Quando foi publicada em 1949, poucos meses antes da morte do autor, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. Não importava, de forma alguma como iriam interpretar o conteúdo do livro, e sim o impacto que ele iria causar em quem o entendesse. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos. E que está até hoje nos corações e memórias de quem o tem em casa.

Autor: George Orwell
Traduções: Heloisa Jahn & Alexandre Hubner
Gênero: Literatura Estrangeira/Ficção Científica
Editora: Companhia das Letras
Nota: 5.0

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

V de Vingança

Nunca no mundo um obra literária foi tão bem aceita quanto V de Vingança. O mundo inteiro o conhece pro seu personagem, apenas conhecido como V, uma pessoa misteriosa com seu passado e origem tão misteriosos quanto sua identidade. Se todo cidadão que esconde seu rosto é considerado criminoso por desejar demais. Desejar no sentido de ir atrás do que quer, e isso é um crime grave perante a sociedade londrina que compõe V de Vingança. Alan Moore escreveu seu livro ainda na década de 1980, e a influência do regime político da Primeira Ministra britânica e extremamente conservadora Margaret Thatcher, mundialmente conhecida como A Dama de Ferro. A influência serviu muito bem no sentido político da trama, e claro, na criação do visual do personagem. Um mascarado reprimido pelas crenças e convicções chamaria atenção de diversas pessoas, e claro, outras crenças e convicções. O incômodo sempre foi uma regra no governo de Thatcher, e claro, Moore não poderia deixar esse incômodo de fora da sua obra. Se o fascismo não teve força na literatura, claro que em V de Vingança essa força seria colocada em prova. A questão é, se todo o governo pensaria da mesma forma, ou se os cidadãos agiriam de forma diferente. Se muitas pessoas nunca viram um manifesto sendo retratado na literatura, estão demorando muito para lerem V de Vingança.

O enredo que Moore cria em suas obras, geralmente causa incômodo para quem não está acostumado em lê-lo. Seus personagens são verdadeiros socos no estômago de personalidades fortes e marcantes, embalados com argumentos fortes, e ouvidos resistentes, preparados para o debate... ou o combate. Assim, com esses ingredientes, as importâncias de cada personagem nunca foram esquecidas. V, obviamente, não foi esquecido, nem na cultura pop, nem fora dela. A máscara usada pelo V é a intervenção histórica de Guy Fawkes, soldado inglês católico que teve participação Conspiração das Pólvora na qual se pretendia assassina o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos membros do parlamento durante um sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam usados para iniciar a conspiração. Moore fez seu dever de casa em nome da criatividade e marca registrada em manter sua qualidade como autor. Graças ao Fawkes e ao Moore, anos depois a máscara do V ficou conhecida pelo grupo Anônimos, na qual lutaram pelo direito de informação mantida em sigilo por instituições, empresas e governos do mundo inteiro.

O direito de informação, a pólvora, a conspiração, a justiça, a fúria, o povo, a liberdade, a cidadania, a inocência, a infância, todos são vistos em V de Vingança. Com suas respostas na ponta da língua, V deixou marcas no ego de quem não acreditava, ou ainda não acredita, numa política livre, em que o cidadão ainda é prioridade. A obra ajudou a clarear ideias de que o esforço bem utilizado pode ser uma arma, ou simplesmente impenetráveis por balas. Moore deixa claro que para os cidadãos de muitas nações, a liberdade é vista como objetivo, quando para a sua visão, como autor, a liberdade é só o caminho, isso fica nítido em uma de suas frases mais marcantes; "A anarquia ostenta duas faces. A de Destruidores e a de Criadores. Os Destruidores derrubam impérios, e com os destroços, os Criadores erguem mundos melhores". O fato de esconder o rosto é sinônimo da falta de liberdade que todo governo explicitamente em seus mandatos, Moore fez para o mundo uma bíblia de que o que precisam mesmo, é levantar e lutar. Se o medo ostentar a ausência da força, a organização para chamar atenção é válida. Assim Moore deixa sua marca registrada na cultura pop, para que se um dia precisarem, a máscara está disposta as ações.

A edição muito bem cuidada da Panini trazem vários detalhes. Além de um artigo escrito pelo próprio Moore antes da série ser terminada, falando um pouco de onde tirou suas ideias para escrever e como ele imaginava pessoas tornando-se fãs. Ainda tem esboços de ideias iniciadas pelo David Lloyd para o V. Ainda capas da série e posters feito pelo quadrinista algum tempo depois de todo seu lançamento. Válida!

Autor: Alan Moore.
Desenhos: David Lloyd
Nota: 5,0
Editora: Panini

terça-feira, 18 de junho de 2013

Max e os Felinos

O mundo é naturalmente perigoso. Desde os tempos das cavernas, o homem enfrentou diversos perigos no na Fauna e na Flora. Fora outras tribos, que por muito tornaram-se aldeias, depois vilarejos, e hoje, nós vemos nos formatos de nações. A Fauna mudou de aparência, e a Flora foi substituída por concreto e ferro. Em meio ao concreto e ferro, o leitor conhecerá Max, um jovem alemão sensível criado pela severidade do pai, que sempre lhe colocou a visão do mundo pelo medo e insegurança. O pai, um comerciante de peles de animais tem o próprio filho como funcionário. Entre as peles da loja, Max teme, sempre pelo susto do deparar-se, um jaguar empalhado no meio da loja no tamanho e aparência ameaçadora natural. O jaguar empalhado talvez seja a maior representação de um trauma para o garoto, que por natureza, sempre foi sensível ao que via. Max sonha, por vários momentos, apenas ser alguém importante para alguém, ou para a visão de vários na sociedade. É com esse medo, um tanto imaturo, que envolve-se com Frida, empregada de seu pai em seu estabelecimento e, o mais grave, esposa de um militar nazista. Se tentar ser alguém para o Max era algo complicado, para tentar isso mais uma vez, e dessa vez certo, teria de sair da Alemanha para nem de perto correr o risco de ser assassinado por um pecado da qual não teve conhecimento que poderia comete-lo.

Moacyr Scliar é inquestionável! Seus cuidados na criação do Max é notável. As descrições de locais são postas de lado, mas a prioridade do autor, sem dúvida, é descrever os momentos e sentimentos dos personagens com enfase. É importante, na visão de Scliar, que o leitor entenda, antes de tudo, como Max entende o mundo. Se existe um problema em Max ser alguém para alguém, é notável para todos, menos para o Max, que não importa como ele enxerga o mundo e seu redor, mas como o mundo o enxerga. Scliar consegue fazer de seu livro, três livros diferentes só com o Max tentando ser alguém.

O incrível, é que sem perder o foco, Scliar escreveu três livros em um. Começar a vida na Alemanha onde a repressão e o medo sempre foi presente, e cada vez mais se convive com isso, é pensar como um livro tão simples recebeu uma notoriedade por um possível plágio. O "segundo livro" é onde todos notam de node vem o plágio. O náufrago durante a viagem para o Brasil revela, desta vez com mais força, o medo de Max pelos felinos grandes. Dividir um bota salva-vidas com um jaguar real é tão complicado quando dividir um bota salva-vidas com um tigre de bengala. Se o medo em ter algo artificial em sua vida era grande, temer, com justificativa, um jaguar real é mais do que compreensível. A ameaça de espécies diferentes no mesmo pequeno espaço no meio do Oceano não é de espantar. Ambos sentem medo de ambos, mesmo não aparentando. O "terceiro livro" tem um toque político muito forte. Um estrangeiro ilegal num país onde a cultura é completamente diferente, sem contar com o clima tropical, sem dúvida seria uma aventura politizada dos costumes e desafios que o povo brasileiro iria impor ao jovem alemão assustado. Conseguir emprego para pagar aluguel, casa para morar, pessoas para confiar, sem falar em pessoas para, mais uma vez, aceitá-lo. Nada que não se veja, claro, hoje em dia. Mas são esses capítulos que deixam o livro confuso em vários momentos. Todos os capítulos tem nomes de felinos de grande porte, mas não se aparecem. As feras que enfrentam Max são de longe feras que obviamente ele iria enfrentar um dia. E o Jaguar, cadê? É justamente nesse momento que se entende-se o plágio e o aproveitamento de uma ideia mal aproveitada. De toda forma, Scliar é inquestionável na sua obra de arte.

Inquestionável também foi a edição que a L&PM Editores lançaram. Uma verdadeira obra de arte em capa dura, com um pequeno texto resumindo a vida e a obra de Scliar e uma ótima introdução do livro por Regina Zilberman. Como se não bastasse, ainda lançaram com um texto escrito pelo próprio Scliar sobre as controvérsias entre Max e os Felinos e A Vida de Pi, explicando exatamente o seu ponto de vista entre os dois livros. E um posfácio escrito pela Zilá Bernd. Imperdível! Muitas pessoas vão entender bem o que se passa entre os dois livros com essa edição, basta procurá-la e ler atenciosamente onde está a semelhança de cada um, e embarcar com seu felino particular.

Autor: Moacyr Scliar
Gênero: Literatura Brasileira
Editora: L&PM Editores
Nota: 4,0

sábado, 15 de junho de 2013

A Morte de Bunny Munro

Ser viciado em sexo é doença, mas ser sexista seria o quê?Definitivamente, A Morte de Bunny Munro é a prova de que Nick Cave é um multi-artista, mas um ótimo músico. Não se resumir em apenas mais um artista da música é seu maior trunfo, mas tentar emplacar a todo custo como escritor vai lhe tirar o carisma. Deixando seus pequenos erros de lado, mesmo assim, arriscou. História muito bem bolada, com protagonista muito bem pensado e desenrolar inesperado. Resumir esse livro como algo simples não seria exagero, ele é simples demais. A relação forçada por um suicídio de esposa, faz com que o pai, Bunny, tenha que cuidar do filho que nunca foi seu atrativo, Bunny Junior, ou Bunny Boy, como o próprio pai o chama.

Trair nunca foi muita dificuldade de pessoas mal criadas, nem magoar pessoas, nem roubá-las, e seja lá qual for a forma que pessoas infiéis encaram a vida. Não importa, até o exato momento, descobrir de onde vem a vontade de trair, o que importa é a raiva causada pela traição. É quase isso que Cave tenta abordar em seu livro, mas de uma forma inteligente, mais superficial, deixando espaço para interpretação do leitor. Se trair causa raiva, entre outros sentimentos, quem trai não sente nada? Seria impossível dizer que não sente, mas pensando bem, sentem sim. Mesmo que seja uma gripe, ou uma dor de cabeça, o que importa é o que eles sentem.

Em resumo, o sexo é um vício complicado de ser vencido, e se de fato desejam um dia vencê-lo. O problema é o sexismo. Imaginar qualquer pessoa pelada, ou como alguém se comporta quando excitado e excitar-se com isso é algo inexplicável. Bunny chega a ter fetiches esquisitos e descritos pelo autor de uma forma muito bem humorada, com a Avril Lavigne e Kelly Minogue, chegando a masturbar-se pensando em simplesmente como seria o formato de suas vaginas quando depiladas e molhadas. O cinismo de Bunny chega a ser muito identificado por muitos leitores pelo simples fato de que "nosso maior objetivo é o ser prazer" poderia ser o slogan mal elaborado de qualquer empresa no mundo real.

Se resumir o livro de Nick Cave de simples seria um crime, dizer que escrever um livro para no fim resumir o mesmo em dizer que o que assombra o homem é o amor, o arrependimento e a saudade é quase pensar e tentar entender como o desenrolar demorou tanto para resumir-se nisso. O problema do Cave não são suas descrições sem detalhes aprofundados, nem seus personagens que por hora são interessantes e outrora são péssimos seres humanos de se conviver. Enrolar para ganhar folhas nem sempre foi uma boa causa para alguns leitores, mas compreender os motivos de uma história longa e fácil de ser resumida é fácil. E para alegria de quem lê, Cave não deixa seu livro sem pé e nem cabeça, todos os nós são laçados. E para mais alegria dos leitores, consegue fugir do clichê muito bem.

Autor: Nick Cave
Tradução: Fabiano Moraes
Gênero: Literatura Estrangeira
Editora: Record
Nota: 3,5

domingo, 9 de junho de 2013

Meme - 7 Pecados da Leitura

Quem me indicou na brincadeira foi a Luana, do Doce Madrepérola

Pequenas regrinhas:

- Lincar o blog que te indicou.
- Responder às perguntas.
- Indicar quantos blogs quiser



GANÂNCIA - Qual o seu livro mais caro? (e qual é o mais barato também?)
Sendo bem honesto, não lembro do mais barato. Tudo que é barato passam despercebidos, então os livros não seriam nada diferentes. Mas o mais caro que comprei foi um livro chamado Montanha Gelada, do Charles Frazier. Na época que comprei, me custou 70 reais, mas se eu não me engane, o mesmo custa hoje 57 reais.

IRA - Com qual autor você tem uma de amor e ódio?
George R. R. Martin.

GULA - Qual o livro que você devorou rapidinho e sempre relê?
Reler, eu só fiz isso com os que abandonei, com uma exceção, que foi O Mundo de Sofia. Li esse livro nas férias do segundo grau, e lembro que foram quatro dia. OK, que hoje eu leio muito mais rápido, mas lembro que fiquei bem impressionado com minha fome nesse livro.

PREGUIÇA - Qual livro você começou a ler, mas sempre deixa como segunda opção?
Estou no Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos há minimamente dois meses. E também não consigo terminar Dom Casmurro, mesmo achando ele bem interessante.

ORGULHO - Qual livro da sua estante mais se orgulha de ter/falar sobre?
Sendo mais uma vez honesto, não sei responder essa pergunta sem lembrar de vários. Mas acho que o qual eu sempre falo é o Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios, do Marçal Aquino. Além de ter um belo título, o texto também é muito admirável. Acabo sempre indicando ele para qualquer pessoa que me pede indicações.

LUXÚRIA - Qual o maior gasto que já cometeu? (vale tanto o valor quanto em quantidade de livros) Quando foi isso?
Acredito, que em uma só compra, cheguei a pagar 250 reais. Não lembro exatamente quando, mas lembro que na época eu trabalhava e recebia um salário legal para uma pessoa com 19(?) anos de idade.

INVEJA - Qual livro você sempre vê por ai, todo mundo tem e você deseja ardentemente?
Não digo inveja, e por motivos de "descaso" eu ainda não tenho Ensaio Sobre a Cegueira e O Amor dos Tempos do Cólera. Sempre compro algo que eu jugo mais difícil de ser encontrado.

Para estes desafio, eu indico:

Mariana Paixão
Marcela Marques
Karine Braschi
Mayse Silva
Neriana Rocha
Lucas Souza
Rafaela Oliveira
Ka Kozniak
Maylla Rolim
Maurício Brillinger

sábado, 8 de junho de 2013

O Código Da Vinci

Não se pode negar que Dan Brown estudou muito na vida. Suas pesquisas históricas são ricas de informações corretas, dando mais ênfase ao fato histórico para depois encaixar sua trama. Dessa vez ele toca no clichê das sociedades secretas, mas de sua forma, que mesmo não escapando do clichê, deixa agradável. A trama começa com um assassinato em pleno Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma possível conspiração para revelar um segredo mantido desde os tempos de Jesus Cristo. A vítima, Jacques Saunière, um respeitado curador do museu, e um dos líderes de uma antiga fraternidade. É mais do que motivos para Robert Langdon, o simbologista favorito de muitos leitores e amantes da literatura de suspense retornar ao mundo. Se em Anjos & Demônios ele teve ajuda de uma mulher, nesse, claro, não seria nada diferente. Sophie Neveu, brilhante criptógrafa entra no grupo dos inteligentes que podem salvar o mundo.

Mesmo preso em clichês convencionais, Brown ainda espanta em criar seus próprios clichês, e fazer deles a sua marca registrada. É clichê demais não ter personagens que se preocupam em beber um copo de água, ou até mesmo não sentir fome. Claro que isso atrapalharia no desenvolvimento da trama, isso é inquestionável, mas as necessidades humanas são sempre esquecidas quando na verdade, precisam apenas. Sendo assim, Langdon e Neveu são imbatíveis com pontos de vistas que só eles podem juntos poderiam ter. Ainda no começo do livro, nota-se que a trama está muito bem armada com o susto do Langdon ao deparar-se com o fato do curador morto estar ligado com Priorado de Sião - uma história sociedade secreta que teve como membros personalidades como Sir. Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Leonardo Da Vinci.

Com sua inteligência, Langdon não demorar para perceber que está no encalço de um espantoso segredo histórico, que com o passar dos séculos, mostrou-se ao mesmo tempo esclarecedor e perigoso. Em uma corrida contra o tempo entre Paris e Londres, os protagonistas mediram forças com um oponente poderoso e até então desconhecido, que muito parece prever cada um de seus passos.

Rompendo todos os padrões da literatura de suspense, O Código Da Vinci é ao mesmo tempo dinâmico, inteligente e entremeado com seus detalhados trabalhos de pesquisas. Logo em primeiras páginas guiadas pelas impressões do que não pode ser previsto, o celebrado autor Dan Brown revela-se um dos mestres do gênero.

E mais uma vez, vem o clichê. Dessa vez no comentário de todos em dizer que Brown estraga seus livros com seus finais. Todos o desenvolver do livro é enormemente envolvente. Todos os leitores ficariam impressionados com o que reservam para o final. Se envolver numa trama história, milenar e poderosa é sempre o ponto positivo para Brown e seu personagem Robert Langdon, mas o próprio criador não consegue encontrar a criação numa reta final perfeita, deixando todos com gosto de quero mais, infelizmente.

Autor: Dan Brown
Tradução: Celina Cavalcante Falck-Cook
Gênero: Suspense
Editora: Sextante
Nota: 3,5